domingo, 6 de janeiro de 2013

Ter um relacionamento também é fazer o outro feliz.

Pensar em agradar a pessoa amada deve fazer parte da relação, mas é preciso tomar cuidado para não se anular

Por Tany Souza / Foto: Thinkstok
tany.souza@arcauniversal.com

Ter vida a dois não é tarefa fácil. É preciso muita paciência, amor, dedicação, mas também é necessário deixar de lado alguns desejos e vontades pessoais para agradar a pessoa que está ao seu lado. Mas qual é o limite?
Segundo a psicóloga Débora Cristina de Macedo Jorge, não pode deixar de ser você para ser o outro, senão isso se torna um problema. “Porém, quando se pensa em fazer o outro feliz, em ter prazer de ver o outro bem, é como se estivesse deixando de fazer algo para você, mas indiretamente está fazendo, porque se sente bem em realizar algo para agradar o parceiro.”
Ela enfatiza que é dessa forma que é possível deixar de ser um, para ser dois. “Você é dois indiretamente, porque acaba fazendo para o outro algo que também te faz bem.”
Débora diz que é importante pensar no outro e deixar as suas próprias vontades de lado para agradar alguém, mas isso não pode tornar-se regra. “A importância de agradar o outro é que acaba ficando como crédito com o companheiro, para usar em algum momento no futuro.”
Porém, há um limite em dar mais importância ao companheiro do que a você. “O que não é saudável, que começa a virar um problema, é quando deixa de ter seus próprios valores, princípios, quando passa por cima disso tudo e se anula, deixando de existir. E esse é um dos motivos que levam uma pessoa a ficar deprimida dentro de um relacionamento”, destaca a psicóloga.
O viver só para si, esquecendo-se do outro, também pode ser o início de um grande problema em um relacionamento. “Quando a pessoa tem como característica a independência e vive dessa forma há anos, é muito difícil que ela consiga pensar em fazer as vontades do outro, porque sempre fez por si. Isso é um dos principais motivos que a leva a pensar que não precisa do outro, que ele apenas faz parte da sua vida, mas não precisa dele para sobreviver.”
É claro que é perigoso pensar e agir dessa forma, pois isso pode levar o casamento a sérias consequências. “A pessoa acaba sendo egocêntrica, porque pensa somente naquilo que lhe faz bem e o restante não importa. E não é isso, precisamos de muitas coisas e das pessoas que estão à nossa volta. Por isso, ter atitudes egoístas dentro de um casamento, pode levá-lo ao fim”, comenta Débora.
Esse desejo de casar e fazer o outro feliz deve ser uma característica que um solteiro considere ao procurar a pessoa ideal para si. “É muito bom quando ouve que a pessoa quer dividir tudo com você, como as tristezas, as vitórias. Mesmo que a relação venha a ter problemas, ela já demostra que quer ser uma com você”, finaliza a psicóloga.

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