Até que ponto a tão sonhada liberdade sexual defendida por décadas trouxe benefícios para homens e mulheres?
Há algumas décadas, quando se falava em sexshop, automaticamente associávamos à prostituição ou a algum tipo de perversão sexual.
Era um escândalo ver uma mulher casada, por exemplo, dentro de um. Os homens nem tanto, mas uma mulher, e ainda casada? No mínimo ela seria taxada de imoral.
Embora o sexo faça parte da vida do ser humano desde a sua criação, ele por séculos foi considerado como um tabu na sociedade.
Quase todos faziam ou pelo menos desejavam fazê-lo, mas falar a respeito era simplesmente inadmissível, principalmente para as mulheres.
Os tempos mudaram e a mulher conquistou sua tão sonhada liberdade. Elas foram às ruas, protestaram, queimaram sutiãs em praça pública, exigiram direitos iguais e, finalmente, "conseguiram" se fazer notar (resta saber a que preço).
Outros movimentos defendiam o amor livre, pois consideravam que tanto os homens quanto as mulheres tinham direito ao prazer sexual.
Para completar, o surgimento da pílula anticoncepcional fez com que as mulheres se sentissem mais livres e, sobretudo, seguras para desfrutar do sexo por puro prazer. Algo que antes não era permitido à mulher sentir.
A desvalorização
Tudo parecia perfeito. Finalmente as mulheres conquistavam o seu espaço, podiam se colocar no mesmo patamar que os homens. Mas o que elas não esperavam é que o tiro sairia pela culatra. No mesmopacote veio a desvalorização da mulher.
Sim, porque elas quiseram tanto direitos iguais que os homens concluíram que o cavalheirismo estava ficando fora de moda e que, portanto, não havia mais necessidade de serem galantes, gentis, cavalheiros, cederem o lugar, abrirem a porta do carro ou "fazer a corte" - conquistar o amor de uma mulher por meio de galanteios, de atenções e de amabilidades. Era como um ritual.
Isso sem contar a exploração da sensualidade feminina, que passou a ser usada pela mídia em campanhas publicitárias, dando a ela um valor de mercado.
A indústria pornográfica
O fato é que todo esse cenário de apologia ao sexo deu ainda mais fôlego para o surgimento da indústria pornográfica - a indústria do sexo -, que a cada dia foi se tornando mais rentável, e hoje disponibiliza toda sorte de artifícios para promover o prazer sexual, e ainda, para que tanto homens quanto mulheres alcancem a satisfação sexual sem necessariamente ter um parceiro ou parceira.
Alguns especialistas defendem a ideia de que fazer uso de material pornográfico - como filmes, revistas, brinquedos eróticos e até mesmo a masturbação - é válida para apimentar o sexo entre o casal. Defendem a importância de a pessoa explorar o próprio corpo e conhecê-lo por meio da autossatisfação sexual.
Em contrapartida, um estudo realizado por pesquisadores europeus, pela internet, com 5.255 homens heterossexuais de vários países, aponta que, além do cansaço e do estresse, a masturbação e a pornografia também causam a diminuição do desejo sexual entre os casais .
A pesquisadora portuguesa Ana Alexandra Cavalheira, que preside a Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica, alega que o erotismo é o que mobiliza o desejo, mas ele desaparece com a banalização do sexo.
Estudos realizados pelo pesquisador Gert Holstege, uro-neurologista da Universidade de Groningen, na Holanda, indicam que assistir a filmes pornográficos pode desligar parte do cérebro que processa os estímulos visuais. De acordo com a pesquisa, ao contrário do que acontece quando assistimos a outros tipos de programas ou realizamos outras tarefas, em que um fluxo de sangue extra é enviado para o cérebro, quando as pessoas assistem pornografia, o sangue é enviado para a parte responsável pela excitação sexual.
Segundo o pesquisador, numa cena de sexo o cérebro não precisa se atentar aos detalhes, porque já sabe exatamente o que está acontecendo, diferentemente de quando você digita um texto, por exemplo, que exige total atenção para que não haja erros.
Entretanto, enganam-se aqueles que pensam que o cérebro é o que menos importa numa relação sexual. Ele pode até não ter uma função motora durante o ato, mas ele é o responsável pelo estímulo sexual. A excitação começa na mente e não no órgão genital.
Tanto é assim, que a falta de interesse sexual, na maioria das vezes, está relacionada a problemas emocionais ou psicológicos.
Por isso é preciso avaliar. Muitos casais, infelizmente, têm trazido para o seu leito coisas promovidas como benéficas para o relacionamento íntimo sem julgar as consequências, quais os reais resultados para a vida íntima do casal.
A dependência
A psicóloga Cecília Zylberstajn afirma que é cientificamente comprovado que pornografia tem um potencial de adicção, ou seja, vicia. "Consumir pornografia tem um efeito similar no cérebro ao do consumo de drogas. O tipo de adicção que o abuso da pornografia gera pode ser comparado à compulsão por compras e ao vício do jogo, por se tratarem de vícios em comportamentos específicos."
Imaginem um homem dependente de pornografia que não consegue ter um bom desempenho sexual com a mulher a não ser que antes do ato conjugal assista a cenas de sexo explícito. Lembrando que uma das necessidades básicas da mulher é justamente sentir-se valorizada, como se sentirá essa mulher sabendo que seu parceiro para ter prazer com ela tem a necessidade de ver outra mulher nua?
Vai se sentir especial? Obviamente que não. Ao invés disso ela se sentirá desvalorizada e frustrada.
Da mesma maneira o homem terá sua masculinidade ferida sabendo que a mulher necessita de um vibrador para alcançar o orgasmo.
O fato é que quando o casal começa a depender de ajudas externas para ter o prazer sexual, fica fisicamente e mentalmente condicionado ao uso dessas coisas, de forma que não conseguirá ficar satisfeito somente com a pureza e a simplicidade dos dois. Estarão sempre em busca de algo mais.
Renato Cardoso, apresentador do programa "The Love School - A Escola do Amor" (*), diz que "o segredo de um casal sexualmente realizado não está em fazer ginástica olímpica na cama, pole dance, assistir pornografia junto, nem gastar rios de dinheiro com lingerie e brinquedos eróticos. O que cria o clima para o prazer da mulher é o homem ser cavalheiro, cuidadoso e atencioso com ela o dia todo - como com nenhuma outra mulher. O que cria o clima para o homem é a mulher ser respeitosa para com ele, fazê-lo sentir que é o seu herói, e mostrar desejo por ele."
E aconselha: "Sejam amantes um do outro. Esqueçam o que outros casais estão fazendo na cama. Foque no seu parceiro. Conversem. Descubram-se. É muito mais simples do que dizem por aí."
Esse e outros assuntos relacionados à vida sentimental são abordados na Terapia do Amor, que acontece todas as quintas-feiras, na Igreja Universal. Quem mora no Rio de Janeiro pode comparecer na antiga Avenida Suburbana, 4.242, no bairro Del Castilho. Em São Paulo, na Avenida João Dias, 1.800, em Santo Amaro; ou na Avenida Celso Garcia, 499, no Brás.
(*) O programa Escola do Amor é transmitido diariamente, às 15h, pela IURD TV (www.iurdtv.com), e aos sábados, ao meio-dia, pela Rede Record.
Fonte: Arca Universal
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