sábado, 2 de novembro de 2013

Quando o desejo de engravidar vira obsessão.

Aprenda o que pode ser feito neste caso

Por Débora Ferreira
debora.ferreira@arcauniversal.com
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Receber a notícia de que está esperando um bebê do companheiro com quem se mantém um relacionamento há longos anos; contar à pessoa amada; ouvir o coração da criança bater aceleradamente durante um exame; sentir a barriga crescendo durante os 9 meses; gerar e amamentar um filho. Estes são desejos da maioria das mulheres. Mas e quando esta vontade vira obsessão e o único objetivo de vida torna-se o ato de engravidar, o que fazer?
“A vontade chega, mas nem sempre a realidade do casal acompanha o desejo. Primeiramente os dois têm que estar realmente preparados para o desafio de criar uma criança. Muitas pessoas têm vontade, porém, sentem-se inseguras; outros têm estrutura familiar e não têm condições financeiras; e há casos em que a obsessão é tão grande que o relacionamento começa a se desestruturar e a ficar desgastante. Desta forma, é preciso que cada um avalie se realmente o casal tem condições de ter um filho”, afirma a psicóloga Lara Joglin Rodrigues.
De acordo com a especialista, quanto mais ansiosa ficar a mulher e criar expectativas positivas mês a mês, maior será a probabilidade de a gestação ser adiada. O mesmo acontece se houver a pressão por parte do marido ou de qualquer membro da família. Por conta disso, muitas passam a imaginar que há algo de errado com o próprio organismo e começam a se questionar. “Há aquelas que tentam tanto ter um filho que chegam a fazer um autodiagnóstico de infertilidade e querem partir para um tratamento mais brusco, achando que é a única chance. Essa atitude é perigosa e pode ir longe demais, levando a mulher a uma depressão”, alerta Lara.
 
Segundo a psicóloga, qualquer mulher pode perceber que o desejo de engravidar virou um objetivo constante a ser alcançado. Os sinais são simples, como, por exemplo, se a maior parte do tempo for dedicada apenas à imaginação de como será a vida com um bebê nos braços. “A melhor coisa a fazer é procurar ocupar o tempo com outros pensamentos e atividades, seja sozinha ou acompanhada. Faça aulas de alongamento, hidroginástica, natação ou qualquer outro esporte. Além disso, busque traçar outros objetivos de vida, para que a gravidez aconteça naturalmente”, comenta.
Liberte-se dessa pressão
“Nos últimos 2 anos fixei a ideia de ficar grávida e me cobrava muito por não conseguir. Sempre achei que o problema fosse qualquer um, comigo ou com o meu esposo, mas jamais imaginei que estaria ligado ao meu modo de pensar. Quanto mais eu queria, mais parecia ficar longe o meu desejo de ser mãe. Já fiquei muito triste, não tinha vontade de sair, não queria me divertir e acabei deixando meu esposo em segundo plano por inúmeras vezes”, lembra a secretária Karla Medeiros Conde, de 29 anos, casada há 5.
Segundo Karla, há cerca de 4 meses ela se questionou sobre o motivo deles não conseguirem ser pais, e foi quando percebeu que algumas situações precisavam ser ajustadas. “Meu marido estava sem um serviço fixo, não parava em nenhum emprego; não estávamos estabilizados financeiramente e tínhamos em mente mudar de casa. Foi então que entendi que não estávamos preparados e tranquilos para receber uma criança em nossa vida e nos doar realmente a este amor incondicional e protegê-la de qualquer situação ruim que pudesse vir a acontecer”, lembra.
Ela ainda ressalta que, no começo, foi muito difícil admitir que o casal não estava preparado. “Procurei até ajuda psicológica. Fiz terapias e lá pude entender que sou capaz de driblar as minhas próprias vontades. Hoje, mesmo tendo muita vontade de ser mãe, coloquei outras prioridades na minha vida e não deixei esse desejo me dominar. Estou sendo racional a ponto de perceber que tudo vai acontecer no tempo ideal. Por enquanto, não abro mão da minha ginástica, de agradar meu esposo, de cuidar da casa e de – primeiramente – ser feliz”, finaliza Karla.
 

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