quarta-feira, 16 de abril de 2014

Ser dona de casa: perda de tempo ou oportunidade?

É cada vez mais raro encontrar mulheres que possam se dedicar totalmente ao lar.

Por Rafaela Rizzo / Fotos: Fotolia - Cedida - Arquivo pessoal
Uma mulher que investe todo o seu tempo para manter a casa em ordem e, muito mais do que isso, cuidar dos filhos, do marido e de si mesma. Há algumas décadas isso seria a coisa mais natural do mundo. Mas, hoje em dia, dizer que é dona de casa e que prefere cuidar do lar a trabalhar fora soa muito mal. Claro que em muitas famílias é necessário que o casal trabalhe, pois, vamos admitir, atualmente, é bem caro manter uma casa. Mas, se você tem oportunidade de dedicar mais do seu tempo à sua família, por que não fazê-lo?
Foi o que Carolina Faner Silva Barreto, de 31 anos, decidiu fazer. Ela trabalhava na área administrativa de uma empresa de saúde. Era meio período, mas, por morar muito distante do emprego, a maior parte do dia ela passava no trânsito. “Por passar tanto tempo longe, percebi que minha casa estava muito descuidada. Estava distante do meu marido e da minha filha, que já estava na adolescência. Então, deixei o trabalho para levantar o meu lar, pois estava em ruínas”, conta. E quem pensa que cuidar da casa se refere apenas a limpeza e organização do lugar está muito enganado. Carolina explica que “uma empregada poderia ajudar nessa parte material, mas só eu posso ser mãe e esposa. Percebi que era a minha presença que faria toda a diferença”.
Mas o que será que os filhos pensam quanto a ter as mães sempre por perto? Lilian de Almeida Trazza, de 25 anos, conta a história da mãe, Sebastiana Vitalina de Almeida Trassa, de 60 anos, que há 29 se dedica exclusivamente aos cuidados do lar. “Ela nos conta que, quando meu irmão mais velho nasceu, meu pai e meu avô a orientaram a dedicar aquele momento para a criação do filho, em vez de trabalhar fora. Ela concordou e naquela época uma pessoa sozinha conseguia sustentar a casa, o que é bem mais complicado hoje em dia”.
Algum tempo depois, Sebastiana já tinha três filhos para cuidar, o que fez a sua volta ao mercado de trabalho ficar cada vez mais distante. Ela decidiu que dedicaria sua vida a cuidar dos filhos, do marido e da casa.
Hoje em dia todos os filhos estão formados e trabalham fora. Lilian admite que a mãe é talentosa e poderia facilmente vencer na vida profissional, mas é ótimo tê-la por perto. “Acredito que ela poderia ter tido uma carreira de sucesso. Mas talvez, se tivesse uma carreira profissional bem-sucedida, nós não teríamos uma boa educação e criação. Hoje vejo que toda a dedicação dela valeu muito a pena. Ela é o elo de união da nossa família, cuida de todos e faz questão que estejamos sempre juntos, principalmente agora que meus irmãos estão casando e saindo de casa. Ela acalma os ânimos quando estamos irritados e faz questão de juntar todos em casa para jantarmos sentados à mesa. Ela é o equilíbrio de casa”, conclui.
Dupla jornada
É cada vez mais raro encontrar mulheres que possam se dedicar exclusivamente ao lar. Não porque elas não queiram, mas por conta das despesas que a casa e os filhos exigem. A maioria delas precisa ir à luta com o marido e quando chegam do trabalho encaram a função de cuidar do lar. Essa é uma realidade vivida por Cintia Cristina de Oliveira, de 37 anos. Ela tem três filhos e trabalha como assistente financeiro. Chega às 18h30 do trabalho e, como muitas brasileiras, ainda cuida da casa no fim do dia. Dessa forma, sobra pouco tempo para ficar com a família. “Me sinto culpada por não ter muito tempo disponível para meus filhos. Nas minhas férias é uma felicidade para eles e meu marido. Eles dizem que gostariam que eu ficasse em casa cuidando deles em tempo integral”, confessa.
Deixar o trabalho para se tornar dona de casa está nos planos de Cintia. “Pretendo deixar de trabalhar para me dedicar mais à família. Na minha opinião, não é humilhante a mulher ser dona de casa, pois o trabalho do lar é muito mais pesado do que muitos outros. A diferença é que não somos remuneradas com um salário, mas a recompensa é ver o sorriso estampado no rosto de quem amamos”, afirma.
Voltando ao caso de Carolina, após um tempo de dedicação exclusiva à família, ela se viu apta a conciliar a função de dona de casa com a administração de um pequeno negócio, mas sempre priorizando o lar. “O objetivo era ajudar no pagamento das despesas e conseguimos montar uma perfumaria. Quando as crianças estão na escola, eu cuido da loja. Quando elas saem, uma funcionária ocupa meu lugar e eu volto para casa. A leitura dos livros “A mulher V” e “Casamento Blindado” me ajudou a ter a direção correta para agir como mãe e esposa. A mulher cristã é uma mulher antenada, que tem conhecimento e que se supera”, reflete.
 

domingo, 13 de abril de 2014

Até quando você vai duvidar de si mesmo?

Exemplos de pessoas desacreditadas que superaram dificuldades provam que não existe caso perdido.

Por Rafaella Rizzo / Fotos: Marcelo Alves - Cedida

Em menos de um mês um jovem de 17 anos foi detido seis vezes por roubos e furtos na cidade de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais. Dentre os crimes, o menor roubou R$ 80 de uma padaria e uma moto. O policial que atendeu a última ocorrência diz que a maioria dos menores infratores não tem medo de cometer novos crimes.
Talvez a primeira coisa que alguém pense ao ler essa notícia seja “esse aí não tem jeito, nunca vai mudar”. Afinal, nem atingiu a maioridade e está envolvido na criminalidade”.
Se muitos podem pensar assim desse jovem, o que dizer então de uma mãe que levou as filhas para as drogas? Maria Magali, de 61 anos, é essa mãe. Ela conta que, por muito tempo, viveu dominada pela bebida e era dependente química. Isso influenciou no seu casamento, que chegou ao fim, e também na vida financeira e até refletiu nas filhas. “Eu não dormia, tinha desejo de suicídio. Trabalhava, ganhava bem, mas nada fluía. Todo dinheiro era para gastar nas drogas e noitadas. Era uma vida miserável: um dia tinha comida, outro não”, lembra.
Mesmo vendo tantos erros na vida que a mãe levava, as filhas de Magali acabaram seguindo o mesmo caminho. “Nessa época eu tinha 35 anos e minhas filhas 12, 15 e 19 anos. Anoitecia e eu sentia uma vontade enorme de sair, ir para as baladas e elas pediam para ir também. Íamos para as boates, cada uma ficava com um rapaz. Eu as ensinei a cheirar cocaína”, revela, em meio a lágrimas. “Não acredito que pude fazer isso com minhas filhas”, desabafa.
Hoje Magali tem consciência do mal que fez a elas, mas todos que estavam à sua volta a condenavam e a consideravam um caso perdido, menos sua mãe, que havia ouvido na Universal que a filha poderia mudar. “Ela sempre me chamava. As minhas filhas foram primeiro e começaram a me chamar também. Até que um dia eu fui para ver no que ia dar. Estava cansada daquela vida. Assisti à reunião, houve uma oração pelos viciados. Naquele momento, abri meu coração e decidi aceitar a ajuda de Deus.”
O tempo passou e Magali foi mudando de vida, de dentro para fora. “Eu tive que recomeçar em todas as áreas.Tenho meu próprio negócio e ele está crescendo. Quando a pessoa se entrega a Ele, as coisas acontecem. Não é de uma hora para outra, você tem que buscar, mas Ele está sempre de braços abertos para nos receber, não importa quem você seja. Hoje estou de bem com a vida.”
O bispo Edir Macedo explica que, apesar de muitos não acreditarem, Deus está sempre disponível para aqueles que O invocam e que Ele acredita no ser humano. Mas, para que mudanças práticas aconteçam, é preciso que cada um faça a sua parte. “Deus tem um plano para cada um, mas isso não significa que precisamos ficar esperando que Ele venha realizá-lo por nós. Se queremos que esse plano se concretize em nossas vidas, não há outro caminho a tomar, senão nos associarmos com Deus através de uma aliança eterna”, afirma.
Foi essa aliança que outra pessoa desacreditada, Anderson Silva, de 21 anos, fez. Era usuário de drogas como maconha, cocaína e lança-perfume, deixava mais da metade do salário nos vícios e tinha uma vida sentimental conturbada. “Eu cresci muito sozinho, sem família. Acho que isso colaborou para que eu seguisse o caminho errado. Além das drogas, eu bebia muito, de segunda a segunda. Cheguei a tomar álcool de posto. Nenhum relacionamento dava certo para mim. Eu comecei a perder várias coisas na vida, como o emprego e até o desejo de viver. Eu não acreditava mais em mim, não conseguia parar com as drogas, achava até que eu não tinha mais jeito”, relembra.
Mas essa situação mudou quando Anderson aceitou um convite para ir a uma reunião na Universal. Além de vencer os vícios, ele descobriu que tinha talento para ser lutador profissional. “Fiz as aulas de boxe no Força Jovem, tive acompanhamento para aprender o esporte. Nunca tinha lutado antes, mas com sete meses de treino venci minha primeira luta no maior campeonato brasileiro, a Forja de Campeões, na modalidade meio pesado. Eu comecei a acreditar em mim, vi que tinha potencial e que Deus é comigo”, conclui.