sábado, 24 de janeiro de 2015

“Eu não aceitava ver ele sentado enquanto eu trabalhava"

Você pode estar sendo como Eliana foi um dia: uma esposa que cobra demais do marido



Você já colocou a roupa para lavar na máquina, varreu toda a casa, organizou os quartos, estendeu a roupa no varal, limpou o banheiro, começou a preparar o jantar, tirou a roupa seca e passou tudo e ele continua lá, sentado em frente à televisão ou jogando videogame como se não houvesse amanhã.

Cansada fisicamente e também exausta daquela situação, você cobra um pouco mais de colaboração da parte dele. Afinal, cobranças fazem parte da vida: desde cedo os professores cobram bons resultados dos alunos, o chefe cobra um bom trabalho de sua equipe e por que você também não pode entrar na mesma onda e cobrar bom senso do seu marido?

A resposta é simples: porque você não é chefe dele, nem professora e muito menos mãe. Você é esposa. Na visão da psicóloga e terapeuta de casais Esther Kalb, cobranças são perfeitamente normais dentro de qualquer tipo de relacionamento para suprir a expectativa que temos em relação ao outro, mas, quando se trata de um casamento, as palavras devem ser muito bem escolhidas: “O parceiro é cobrado por coisas que ele nem sabia que a outra parte esperava. A falta de comunicação entre os dois é a principal culpada por muitas desavenças no casamento”, explica ela.

É dessa maneira que agia a confeiteira Eliana Alcantara da Silva, de 30 anos. Ela conta que sempre foi uma pessoa autoritária e, após se casar com o manobrista Sérgio José Pereira, de 32 anos, seu comportamento não mudou. O marido não ajudava a esposa em nada e passava o dia em frente ao computador. “Eu não aceitava vê-lo sentado enquanto eu trabalhava e logo cobrava com agressividade”, relembra ela.

Casados há 8 anos, ela conta que essa situação se prolongou por pelo menos 6 anos e virou uma bola de neve: o marido que não tinha atitude e a esposa que não sabia como cobrar dele uma mudança. “Quando eu mandava ele me ajudar, falava para que ele fizesse algo de útil. Ele sempre foi muito calado e não respondia. Ele começou a me dar gelo, vivíamos como irmãos”, conta ela.


Nenhum homem gosta de uma mulher que fale e cobre sem parar e de forma pedante em seu ouvido. Há maneiras mais inteligentes de resolver uma situação sem ter que começar uma guerra dentro de casa. “Quando as cobranças tornam-se intensas e agressivas, acabam envenenando o dia a dia do casal. Um relacionamento cheio de cobranças não é bom nem para quem é cobrado nem para aquele que cobra”, explica Esther.

Aos poucos, Eliana foi entendendo isso. Ela passou a frequentar a Universal, leu o livro "Casamento Blindado", best-seller de autoria de Renato e Cristiane Cardoso, e passou a assistir ao "The Love School", programa que vai ao ar sábados ao meio-dia, na Rede Record. “Eu sei que ele estava errado, mas descobri que também estava sendo, porque eu não respeitava o espaço dele e era muito autoritária nas minhas cobranças, falava alto, as pessoas diziam que eu parecia uma chefona brava”, conta. “Fomos aplicando as mudanças que aprendemos.

Ele viu que precisava ajudar mais em casa e hoje até o banheiro ele limpa sem eu pedir. Nos tornamos verdadeiros companheiros e transformamos nossa casa em um pedacinho do céu”, finaliza.

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