domingo, 26 de junho de 2016

Você lê notícias confiáveis?

Pesquisa mostra que muitos brasileiros espalham informações falsas nas redes sociais. Saiba como se proteger da boataria.
      
Todos os dias, milhões de dados são compartilhados em redes sociais como Facebook e Twitter. Basta um clique para distribuir fotos, vídeos, áudios e textos sobre política, economia, saúde e também fofocas.

Mas será que todas as notícias disponíveis na internet são verdadeiras?

A facilidade de uso da tecnologia contribui para que muitas pessoas espalhem informações sem conhecer sua origem. Com isso, elas agem por impulso e ajudam a reforçar boatos. Milhares de brasileiros estão auxiliando a divulgar notícias falsas, segundo um estudo do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso à Informação da Universidade de São Paulo (USP), publicado pela BBC Brasil.

O levantamento indica que mais de 200 mil pessoas espalharam mentiras na internet na semana que antecedeu o domingo de votação do impeachment na Câmara Federal. A pesquisa revela que três das cinco reportagens mais compartilhadas por brasileiros no Facebook entre 12 e 16 de abril eram falsas.

Ou seja, quem usou a rede social naqueles dias provavelmente leu mais mentiras do que verdades.

O grupo da USP investigou o desempenho de 8.290 reportagens, publicadas por 117 jornais, revistas, sites e blogs, sob orientação dos professores Marcio Moretto Ribeiro e Pablo Ortellado. Todas as notícias falsas foram desmentidas pela BBC Brasil, que publicou notas oficiais e entrevistas com as pessoas citadas nos textos.

Não caia em armadilhas

A pesquisa da USP faz um questionamento importante: por que o brasileiro ainda acredita em tantos boatos? Em entrevista à BBC, Marcio Moretto Ribeiro afirmou que a falta de maturidade dos usuários de redes sociais explica a popularidade dos rumores.

Ou seja, muitos brasileiros acreditam em mentiras por falta de conhecimento sobre as redes sociais.

Desconfiar é uma dica para não cair em armadilhas. Antes de confiar em tudo que está na internet, é preciso entender os verdadeiros interesses e motivos relacionados a cada informação. Para isso, tente responder algumas perguntas. Quem gerou essa informação? Para quem essa pessoa trabalha? Qual é o interesse em divulgar o dado? Quem está ajudando a espalhar a notícia? A pessoa que está sendo acusada também foi ouvida? Quantos veículos de comunicação estão divulgando a mesma informação? Se ainda tiver dúvidas, pare e pense.

São diversas as consequências negativas de uma notícia falsa: destruição de reputações, mal-entendidos, brigas, pânico, violência e punições para quem espalha a mentira. Em 2014, o Brasil acompanhou o desfecho trágico de um boato da internet. Uma moradora do Guarujá (SP) foi brutalmente agredida por uma multidão que acreditou que ela era uma sequestradora de crianças. Em vez de chamar a polícia para averiguar o caso, aquelas pessoas acreditaram no boato e espancaram a mulher até a morte. A vítima foi condenada pela população, sem direito à defesa. E foi provado depois de sua morte que ela era inocente. Será que vale a pena espalhar um boato?

Fonte: universal.org

Nenhum comentário: