terça-feira, 10 de abril de 2012

A Igreja Que Faz.

IURD entrega biblioteca em presídio na Paraíba e mais uma vez ajuda o Governo a economizar na recuperação de detentos

       
       

Neia Meneses

redacao@folhauniversal.com.br


Há mais de 20 anos, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) vem realizando trabalhos evangelísticos e sociais nas unidades prisionais de todo o País. Enquanto muitos acreditam que as instituições penitenciárias brasileiras são verdadeiras "escolas do crime" e não cumprem o papel de ressocialização, os voluntários da IURD têm se dedicado a levar palavras de fé e esperança aos milhares de detentos Brasil afora.

Recentemente, a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) da Paraíba inaugurou a biblioteca "Em Nome do Bem", nas dependências da penitenciária de segurança máxima Dr. Romeu Gonçalves de Abrantes (PB1 e PB2), em parceria com a IURD. O acervo literário de 3,4 mil exemplares, das mais diversas áreas, foi todo doado por membros da IURD em João Pessoa. De acordo com o pastor Miguel Soares, responsável pelo trabalho de evangelização em presídios na Paraíba, a biblioteca também será o espaço de aulas para turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA), compostas por detentos. "Há 15 anos, a Pastoral Universal desenvolve trabalhos de evangelização nos presídios paraibanos, com atividades sociais, tentando aplicar a disciplina por meio da Palavra de Deus", diz o pastor.


Na inauguração, estiveram presentes o secretário de Estado da Administração Penitenciária, Harrison Targino; a gerente executiva da EJA, Maria Oliveira de Moraes; o diretor do presídio, capitão Sérgio Fonseca; o secretário executivo da Seap, coronel Washington França; o pastor Sérgio Ferreira, administrador da IURD na Paraíba; o promotor de Execução Penal de João Pessoa, Nilo Siqueira; os representantes do Conselho Penitenciário, Thiago Formiga e Ricardo Medeiros; o ouvidor nacional do Departamento Penitenciário, Leandro Záccaro; e o juiz de Execuções Penais, Carlos Neves da Franca.

O secretário Targino agradeceu a iniciativa da Igreja e afirmou, durante a solenidade, que a ressocialização de detentos depende do conhecimento adquirido nas unidades prisionais. "Desejamos que essa unidade abra um novo caminho para esses presidiários e que eles reflitam sobre o passado, no intuito de projetar um futuro melhor", disse.

Segundo o pastor Miguel, outra biblioteca será inaugurada em breve na Penitenciária Flósculo da Nóbrega – mais conhecida como Presídio do Róger –, em João Pessoa. "Esse espaço é muito importante porque eles não tinham ocupação. O trabalho da IURD nos presídios da Paraíba começou em 1998. Não foi fácil, havia muitos obstáculos, mas, graças a Deus, temos alcançado o objetivo de levar palavras de fé e esperança aos detentos", conta o pastor Miguel.

O diretor do presídio, capitão Sérgio Fonseca, disse que, ao serem informados da inauguração, os detentos apoiaram a iniciativa e passaram os últimos dias ansiosos para ter acesso à biblioteca e às aulas.

Resultados surpreendentes

De todos os frutos do trabalho realizado em presídios de todo o País, um dos mais emblemáticos é o de Antônio Galdino, de 44 anos, ex-policial militar e atual diretor da Penitenciária Regional de Sapé, na Paraíba. Há mais de 20 anos, Galdino foi preso por homicídio e cumpriu pena no Presídio Serrotão, em Campina Grande, no interior do Estado, onde conheceu o trabalho da IURD e voltou a estudar.

"Fui batizado nas águas e anos depois ganhei a liberdade. Concluí os ensinos fundamental e médio dentro do próprio presídio, fundei a Associação dos Apenados da Paraíba e por causa disso fui nomeado, pelo governador do Estado, diretor do Presídio de Sapé. Minha vida foi totalmente restaurada por Deus", relata Galdino. Na penitenciária onde ele é diretor, o exemplo é seguido pelos internos: 100% deles estão matriculados no ano letivo 2012, para assistir às aulas dentro da própria unidade.

Recentemente, durante o programa da IURD "Momento do Presidiário", a desembargadora de Justiça Maria das Neves do Egito elogiou o trabalho. "É uma grande contribuição para a ressocialização dos apenados, principalmente através da palavra de Deus, que transforma o homem", opinou.

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