A "dona" do companheiro somente quando a esposa dele não está por perto
Por Andre Batista / Imagens: Fotolia e Thinkstockaabatista@universal.org.br

“Já fui bonita, jovem, independente”, conversa consigo mesma, na ausência de alguém que lhe escute. “Hoje sinto falta de alguém que sei que nunca estará comigo.”
Apesar de insatisfeita com o namorado, culpa somente a si mesma. Afinal, foi ela quem escolheu ser a amante.
Quem é a amante?
Cenas como a descrita acima se repetem rotineiramente no mundo inteiro. Entretanto, a amante que quer destruir um casamento é interessante apenas para filmes e novelas. Na vida real, não é bem assim.
No livro “A Outra”, que fala exclusivamente sobre mulheres que se envolvem com homens casados, a antropóloga Mirian Goldenberg mostra que, muito além de estar empenhada em fazer desmoronar um casamento, a amante se vê como o principal relacionamento do infiel. Ele diz para ela que não existem segredos, é ela que dá o carinho e a atenção que ele precisa, é nesse relacionamento que ele não está por obrigação. Mas, no fim do dia, é ela quem vai dormir sozinha.
Mirian classifica as amantes em três categorias: a provisória, a transitória e a permanente.
Na primeira situação, a mulher não consegue conviver com aquela situação por muito tempo e logo termina o relacionamento.
A transitória, por sua vez, acredita que o sujeito realmente quer se divorciar de sua esposa para ficar com ela. Isso a faz aguentar mais tempo no papel de segunda “esposa”, mas não a satisfaz.
Por fim, a amante permanente já passou tanto tempo com o infiel que percebeu a inexistência de um futuro como esposa dele. Apesar disso, por amor, ela segue sendo a outra.
Assim, em muitos casos, a amante sequer espera que o homem se desligue de sua família. Isso poderia causar uma sensação de perda irrecuperável nele e ela teme que algo o afaste dela. Nesse estágio da vida, ela não é mais quem já foi um dia, então, prefere se agarrar ao que tem a arriscar perder tudo.
Como uma mulher vira amante?
Uma busca rápida no Google pode revelar centenas de sites que agenciam, no mundo inteiro, relacionamentos extraconjugais. Um dos mais famosos, o Victoria Milan, realizou recentemente uma pesquisa entre seus usuários e descobriu que a maior parte dos infiéis não busca um relacionamento que substitua o oficial, mas apenas uma aventura.
Essa aventura, na maioria das vezes, é o que também buscam as mulheres que se envolvem com homens comprometidos. Entendendo que aquela será uma diversão passageira, a relação se desenvolve e, quando menos imagina, ela está apaixonada.
Outro caminho que leva à mesma situação é a mentira. O rapaz se aproxima dizendo que é solteiro, que o relacionamento é um ninho de problemas, que não ama a esposa... Qualquer que seja a desculpa, ele faz a moça acreditar que procura a mulher de sua vida, alguém que no futuro seja sua esposa e construa uma família com ele. Quando a mulher descobre a farsa, já é tarde demais.
No início do relacionamento, existe o pensamento de que “a amante recebe apenas as partes boas, enquanto a esposa fica com todos os problemas”. Isso até pode ser verdade por um tempo, mas o ser humano sente, por natureza, necessidade de se apegar ao que lhe faz bem, principalmente quando se trata de outra pessoa.

Em algum tempo, a relação se torna “oficial” e os dois passam a construir um relacionamento com falso futuro. Ela acredita que um dia será a única na vida dele e, depois de um tempo, contenta-se em acreditar que ela é especial.
De forma geral, os terapeutas defendem que as amantes costumam possuir baixa autoestima. Elas se apaixonam facilmente e desenvolvem um amor que, mesmo não sendo o ideal, creem ser o melhor que elas podem conseguir.
Por quanto tempo faz bem ser amante?
Por tempo nenhum. Ser amante é inventar um relacionamento que não existe, baseado em coisas irreais. É viver em um mundo de imaginação.
A mulher deve refletir bem sobre sua vida, o que está acontecendo e quais as garantias que existem de um futuro feliz nessa situação. Ainda que pensem “no meu caso é diferente”, não é.
O melhor a fazer é se afastar do infiel e buscar o caminho da própria felicidade. Todas as pessoas são capazes de ter um relacionamento de verdade, com uma pessoa verdadeira. É isso que o livro "Casamento Blindado", de Renato Cardoso e sua esposa, Cristiane, mostra. Para eles, todos podem ter um relacionamento totalmente honesto e só nesse tipo de relação existe a verdadeira felicidade. "Casais felizes prosperam mais economicamente, são mais saudáveis e formam filhos que se tornarão melhores adultos. Todo mundo ganha", garante. "A felicidade do solteiro tem data de validade. A vida a dois, bem conduzida, é muito melhor."
Fugir disso é caminhar para aniversários solitários e vida incompleta.
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