domingo, 29 de dezembro de 2013

Por que uma mulher se dispõe a ser a outra?

A "dona" do companheiro somente quando a esposa dele não está por perto

 
Sozinha em casa no dia de seu aniversário, ela repassa em sua mente todos os passos que deu até hoje e se pergunta onde foi que errou. Todas as suas amigas, em datas especiais, têm alguém para celebrar ao seu lado. O homem que deveria estar com ela, entretanto, raramente pode dar esse tipo de atenção.
“Já fui bonita, jovem, independente”, conversa consigo mesma, na ausência de alguém que lhe escute. “Hoje sinto falta de alguém que sei que nunca estará comigo.”
Apesar de insatisfeita com o namorado, culpa somente a si mesma. Afinal, foi ela quem escolheu ser a amante.
Quem é a amante?
Cenas como a descrita acima se repetem rotineiramente no mundo inteiro. Entretanto, a amante que quer destruir um casamento é interessante apenas para filmes e novelas. Na vida real, não é bem assim.
No livro “A Outra”, que fala exclusivamente sobre mulheres que se envolvem com homens casados, a antropóloga Mirian Goldenberg mostra que, muito além de estar empenhada em fazer desmoronar um casamento, a amante se vê como o principal relacionamento do infiel. Ele diz para ela que não existem segredos, é ela que dá o carinho e a atenção que ele precisa, é nesse relacionamento que ele não está por obrigação. Mas, no fim do dia, é ela quem vai dormir sozinha.
Mirian classifica as amantes em três categorias: a provisória, a transitória e a permanente.
Na primeira situação, a mulher não consegue conviver com aquela situação por muito tempo e logo termina o relacionamento.
A transitória, por sua vez, acredita que o sujeito realmente quer se divorciar de sua esposa para ficar com ela. Isso a faz aguentar mais tempo no papel de segunda “esposa”, mas não a satisfaz.
Por fim, a amante permanente já passou tanto tempo com o infiel que percebeu a inexistência de um futuro como esposa dele. Apesar disso, por amor, ela segue sendo a outra.
Assim, em muitos casos, a amante sequer espera que o homem se desligue de sua família. Isso poderia causar uma sensação de perda irrecuperável nele e ela teme que algo o afaste dela. Nesse estágio da vida, ela não é mais quem já foi um dia, então, prefere se agarrar ao que tem a arriscar perder tudo.
Como uma mulher vira amante?
Uma busca rápida no Google pode revelar centenas de sites que agenciam, no mundo inteiro, relacionamentos extraconjugais. Um dos mais famosos, o Victoria Milan, realizou recentemente uma pesquisa entre seus usuários e descobriu que a maior parte dos infiéis não busca um relacionamento que substitua o oficial, mas apenas uma aventura.
Essa aventura, na maioria das vezes, é o que também buscam as mulheres que se envolvem com homens comprometidos. Entendendo que aquela será uma diversão passageira, a relação se desenvolve e, quando menos imagina, ela está apaixonada.
Outro caminho que leva à mesma situação é a mentira. O rapaz se aproxima dizendo que é solteiro, que o relacionamento é um ninho de problemas, que não ama a esposa... Qualquer que seja a desculpa, ele faz a moça acreditar que procura a mulher de sua vida, alguém que no futuro seja sua esposa e construa uma família com ele. Quando a mulher descobre a farsa, já é tarde demais.
No início do relacionamento, existe o pensamento de que “a amante recebe apenas as partes boas, enquanto a esposa fica com todos os problemas”. Isso até pode ser verdade por um tempo, mas o ser humano sente, por natureza, necessidade de se apegar ao que lhe faz bem, principalmente quando se trata de outra pessoa.

Em algum tempo, a relação se torna “oficial” e os dois passam a construir um relacionamento com falso futuro. Ela acredita que um dia será a única na vida dele e, depois de um tempo, contenta-se em acreditar que ela é especial.
De forma geral, os terapeutas defendem que as amantes costumam possuir baixa autoestima. Elas se apaixonam facilmente e desenvolvem um amor que, mesmo não sendo o ideal, creem ser o melhor que elas podem conseguir.
Por quanto tempo faz bem ser amante?
Por tempo nenhum. Ser amante é inventar um relacionamento que não existe, baseado em coisas irreais. É viver em um mundo de imaginação.
A mulher deve refletir bem sobre sua vida, o que está acontecendo e quais as garantias que existem de um futuro feliz nessa situação. Ainda que pensem “no meu caso é diferente”, não é.
O melhor a fazer é se afastar do infiel e buscar o caminho da própria felicidade. Todas as pessoas são capazes de ter um relacionamento de verdade, com uma pessoa verdadeira. É isso que o livro "Casamento Blindado", de Renato Cardoso e sua esposa, Cristiane, mostra. Para eles, todos podem ter um relacionamento totalmente honesto e só nesse tipo de relação existe a verdadeira felicidade. "Casais felizes prosperam mais economicamente, são mais saudáveis e formam filhos que se tornarão melhores adultos. Todo mundo ganha", garante. "A felicidade do solteiro tem data de validade. A vida a dois, bem conduzida, é muito melhor."
Fugir disso é caminhar para aniversários solitários e vida incompleta.

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