domingo, 19 de abril de 2015

Prejudicando a saúde em nome da beleza.

Uma tendência perigosa ganha repercussão entre as gestantes. Será que seguir um padrão estético é mais importante que o bem-estar do bebê?

Qual é o limite entre a saúde e o padrão de beleza? Dietas mirabolantes e restrições alimentares extremas estão entre os hábitos de muitas mulheres que vivem em busca de um corpo considerado perfeito para os padrões da moda. Elas se preocupam muito mais com a aparência e menos com as consequências que esses radicalismos podem causar.
No mês passado, as fotos da modelo Sarah Stage, de 30 anos, despertaram a atenção do mundo inteiro. Grávida, ela exibiu em seu perfil do Instagram curvas bem definidas e uma barriga levemente acentuada. A imagem não seria tão polêmica se Sarah estivesse no início da gestação. Mas ela estava no oitavo mês e, ainda assim, a barriga era “sarada” e quase imperceptível. Um questionamento veio à tona: a vaidade estética deve ser mais importante do que a saúde de um bebê em formação?
Sarah tem mais de 1 milhão de seguidores na rede social. Os comentários e críticas não tardaram a aparecer. Houve ainda quem a considerasse um exemplo a ser seguido. Aproveitando a repercussão da modelo, a revista norte-americana Cosmopolitan produziu uma matéria para mostrar o que é preciso fazer para manter a barriga sarada enquanto o bebê não chega. O que deveria ser um alerta de risco se torna uma tendência. Perigosa, sim, sem dúvida.
O ganho de peso é importante para que o bebê possa ter um desenvolvimento adequado, além de ser fonte de energia para as mamães. As gestantes que se alimentam de forma correta e saudável minimizam os riscos durante a gravidez e o parto. Vale lembrar que a alimentação equilibrada deve ser sempre mantida.
Extremos
Tanto a falta de peso quanto o excesso são prejudiciais para o bebê. De acordo com um estudo publicado no ano passado pelo American Journal of Obstetrics and Gynecology, engordar muito pode elevar o risco de obesidade e sobrepeso dos filhos.
O mesmo pode acontecer quando a mãe não engorda o suficiente. Segundo as pesquisas, 20,4% das mulheres que engordaram muito tiveram filhos com sobrepeso. O mesmo aconteceu com 19,5% das mulheres que ganharam menos peso do que deveriam.
Entre as gestantes que engordaram o necessário, apenas 14,5% tiveram filhos acima do peso. Ou seja, o importante é que a mãe mantenha um equilíbrio saudável, para garantir a saúde dela e, principalmente, do bebê. Colocar a saúde do filho em risco, por conta de uma ditadura violenta de beleza, não é uma atitude responsável ou adequada para uma mãe que deseja o melhor para o seu próprio filho.

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