domingo, 17 de abril de 2016

Você e a pirataria.

Apesar da compra de artigos falsificados parecer algo inofensivo, o efeito dessa prática tem tudo a ver com a triste realidade que presenciamos todos os dias no País.


Você ouve aquela canção maravilhosa no culto em sua igreja. Dias depois, em uma calçada qualquer, ouve-a de novo: é um camelô vendendo um CD. O precinho está bastante em conta. “Garantido”, caro freguês.
Parece irresistível. Afinal, a música é tão linda, não é? Bem, já que está ali “com a boca na botija”, você aproveita e leva uns DVDs de filmes, inclusive alguns bíblicos. Mas mesmo que você diga que só gosta dessa música e não faz sentido pagar tão caro por um CD original inteiro só por causa de uma faixa ou que o original é muito caro e com o dinheiro você compra vários no ambulante, você está só tentando se justificar. Sem conseguir. Caia na real: você está contribuindo com um crime. Ponto.
É isso mesmo: pirataria é prevista em lei como crime, com pena que pode chegar a quatro anos de reclusão e multa. Ela é considerada por muitos especialistas como o crime do século 21 e, acredite, movimenta mais recursos ilícitos do que o narcotráfico: são US$ 250 bilhões (mais de R$ 1 trilhão!), segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). A mesma instituição revelou em um relatório recente que a “indústria” da falsificação abre caminho para outros tipos de crimes ainda mais graves. É isso que você alimenta quando compra aquele aparentemente inocente CD pirata: um submundo que não é muito diferente do da prostituição infantil, da escravidão, da pornografia, do tráfico de drogas... Com certeza, um comprador de algo falso ou sem licença está longe de contribuir para um mundo melhor. Acha isso um exagero? Então, continue a ler.
Copiratas
Ainda acha que por ser comprador, e não o vendedor, você não tem culpa? Sim. Tem. É justamente esse o alerta que o Bispo Edir Macedo faz: “Pensa que roubar é só tirar as coisas dos outros e sair correndo? Não! Roubar é isso aí, piratear. Você está sendo desonesto se compactua com a pirataria. É roubo. É desonestidade. Se aquela pessoa está roubando o direito de outro que fez a música, que fez a letra, que trabalhou, que colocou sua inspiração ali e aí você tira proveito do trabalho do outro, isso é roubo. Quando você entra em um site pirata, em um site de filmes, isso é roubo, você está roubando”, enfatiza.
Segundo o Bispo, quem compra é um “copirata”. Mesmo que pareça vantajoso por causa do preço, ou porque muitos fazem e não acontece nada, isso não tem nada a ver com a postura de um cristão – ou de qualquer pessoa íntegra de verdade. “Não se deixe levar pelo que é errado, pelo que é desonesto. Não olhe para os ladrões, porque os ladrões cedo ou tarde vão pagar por aquilo que eles estão fazendo, ninguém fica impune nesse mundo. Na Bíblia está escrito que tudo que o homem semear, isso também ceifará”.
A maioria que lê essa última mensagem bíblica de “o que plantar, ceifará” pensa que isso é algo para o futuro e que está bem distante. Contudo, você acabou de ler sobre a ligação da pirataria com outros crimes. E também já sabe o que a ONU disse sobre quanto dinheiro desonesto, que melhoraria a vida de muita gente se fosse gerado da forma correta, circula fazendo o mal pelo mundo. Então você liga a TV e vê notícias sobre a crise brasileira e internacional, percebe suas próprias contas apertadas no fim do mês, vê vizinhos e parentes em uma situação desesperadora. Não consegue sair nas ruas de seu bairro para um simples passeio sem sentir medo. Ainda acha que esses efeitos são culpa de determinados governos ou de criminosos desconhecidos? Se você cedeu à atitude mesquinha de comprar algo falso porque era mais barato, não reclame. Parte da culpa por tudo isso também é sua.
No fim das contas, é tudo uma questão de bom senso e atitude – de ter posturas de um cidadão de verdade, de um ser humano que quer um mundo melhor e faz sua parte para isso. Parece exagero, mas não ache que a realidade ruim mostrada nas manchetes é mera coincidência. Você decide de que lado quer estar.

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