quinta-feira, 12 de maio de 2016

“Você tentou fechar as pernas?”

A pergunta foi feita por uma juíza a uma vítima de abuso sexual na Espanha.


Como se não bastasse a vergonha e o medo de denunciar um abusador, uma vítima de violência sexual foi duramente questionada por uma juíza em Vitória, no norte da Espanha, ao comparecer a uma audiência judicial para pedir a proibição de aproximação de seu agressor.
Em depoimento, a mulher – que não teve o nome revelado –, agora grávida de 5 meses, alegou que era abusada pelo seu parceiro tanto sexual quanto psicologicamente.  No entanto, de acordo com o grupo feminista Associação Clara CampoAmor, a juíza Maria Del Carmen Molina pareceu não acreditar na declaração da vítima e questionou: “Você tentou fechar as pernas e toda a região dos órgãos femininos?”
Essa e outras perguntas foram criticadas por grupos de proteção à mulher e a história ganhou repercussão no país pelo constrangimento à vítima.
De acordo com o jornal inglês Mirror, a juíza “mostrou uma óbvia descrença questionando a vítima sem deixá-la responder, com questões ofensivas”, como disse Blanca Estrella, representante do grupo feminista, que pediu ao Conselho Geral do Poder Judiciário a suspensão ou afastamento do cargo da magistrada por sua “constante violação de direitos” de mulheres vítimas de violência.
De acordo com o tabloide britânico Daily Mail, a juíza já recebeu inúmeras reclamações por questionamentos ofensivos a vítimas de abuso sexual.
Rompendo o silêncio
Não é fácil romper o silêncio. Para a mulher abusada, a culpa, de alguma forma, tentará falar mais alto. No entanto, é preciso dar o primeiro passo para que a dor não se torne ainda mais insuportável.
Desde 2011, o projeto Raabe, idealizado pela escritora e apresentadora Cristiane Cardoso, já incentivou inúmeras mulheres a romper o silêncio causado por todo tipo de violência. Formado por um grupo de voluntárias – entre elas conselheiras espirituais, advogadas, psicólogas, assistente sociais e até algumas sobreviventes de abusos –, o projeto visa ajudar mulheres que carregam traumas provocados por abuso emocional, sexual ou físico.
Recentemente, o grupo iniciou o curso da Cura interior, para mulheres que ainda carregam cicatrizes do passado – como dores da rejeição, do abandono e marcas de relacionamentos abusivos – e não conseguem seguir em frente. Em 2015, o curso ajudou mulheres em todo o Brasil a cicatrizar feridas e escrever uma nova história. Se você também está em busca dessa cura, saiba como participar do curso clicando aqui.
Cure o seu interior
Laura Guimarães hoje se considera uma sobrevivente. Os abusos por parte do padrasto começaram quando ela tinha apenas 9 anos de idade e seguiram até os 12. Ela cresceu e o traumas continuaram, até a fase adulta, quando foi acolhida pelo projeto Raabe. Clique aqui e veja o que aconteceu com Laura.
Se você é ou já foi vítima de algum tipo de violência e quer desabafar, converse com uma voluntária do projeto Raabe pelo e-mail projetoraabe@gmail.com, ou pelo telefone (11) 95349-0505.
Verifique aqui o dia e o horário dos encontros mensais em todo o Brasil e participe.

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