quinta-feira, 9 de junho de 2016

Paixão avassaladora tem cura.

Pessoas muito apaixonadas têm dificuldade para ver a realidade e agem mais por instinto. Entenda a origem desse sentimento e como viver um romance saudável.
      

Coração acelerado, suspiros, tremores, euforia, suores e falta de apetite: esses são alguns sintomas da paixão. O intenso interesse por alguém pode provocar uma verdadeira revolução na rotina da pessoa apaixonada, que perde a concentração e passa boa parte do dia pensando no objeto do desejo. Movidas pela paixão, muitas pessoas tomam atitudes impulsivas e arriscadas.
 
 
Mas até que ponto esse sentimento transforma a vida de alguém? “A paixão pode acontecer de forma tão intensa que a pessoa fica ‘cega’, ela não vê a realidade. Ela lida com fantasias, de acordo com suas necessidades internas”, responde a psicóloga Rose Meiry Mattos Taranto, que atua em Belo Horizonte (MG).
 
Isso explica por que a pessoa apaixonada não consegue enxergar os defeitos do alvo de seus sentimentos. “Ela cria o objeto da paixão, que se torna a melhor pessoa do mundo, a mais bonita, a mais interessante, a mais perfeita. A paixão pode ser devastadora”, afirma.
 
Paixão cega?
A “cegueira” é o maior risco da paixão. Sem enxergar a realidade, muitas pessoas caem em armadilhas. A paulista Érica de Paula Ferreira Gandra, de 28 anos, (foto ao lado) passou por essa situação. A paixão por um rapaz a deixou ansiosa e angustiada por mais de um ano.
 
“Começamos a conversar e ele disse que gostaria de estar ao meu lado. Aquilo me deu esperança”, diz. Érica conta que começou a alimentar o sonho de namorar o pretendente e pensava nele sem parar.
 
Mas a expectativa dela foi desfeita quatro meses depois, pelo próprio rapaz. “Ele disse que tinha interesse em outra pessoa e não gostava mais de mim. Fiquei perdida, meu coração dizia que eu deveria ficar com ele. Estava cega”, relembra.
 
Mesmo depois de ouvir um “não”, Érica acreditou que as coisas mudariam. “Meus pais me alertaram, minhas amigas diziam que eu estava sofrendo à toa, mas eu não ouvia”, relata. Alguns meses depois, uma pessoa contou a Érica que o rapaz ainda tinha interesse nela. “Aquilo aumentou de novo minha expectativa. Mas logo ele apareceu namorando outra pessoa, fiquei frustrada demais”, destaca.
 
Érica então mudou de atitude. “Abri meus olhos e vi que estava rastejando por alguém que não me queria. Comecei a cuidar do meu coração nas palestras da ‘Terapia do Amor’”, explica. Ela revela que se livrou da mágoa e aprendeu a se valorizar e a controlar a ansiedade.
 
Recomeço
 
Após superar a desilusão, Érica conheceu Marlon dos Santos, de 28 anos. No início, ela só queria a amizade dele. Marlon insistiu. “Eu via na Érica a fé, a garra e a dedicação a Deus. Demonstrei minha intenção sete vezes, até ela me dar uma chance”, admite ele, que havia sofrido com uma traição no relacionamento anterior.
 
Os dois começaram a namorar neste ano. Érica não se arrepende. “Aprendi que Deus tem que estar à frente de tudo e Ele é a base do nosso namoro, esse é o segredo”, sugere ela. “É importante analisar a maneira como a pessoa trata os familiares, os amigos, como ela se comporta, isso mostra como ela também vai te tratar”, conclui Marlon.
 
Pessoa errada
 
Quem nunca ouviu uma história de alguém que se apaixonou pela “pessoa errada”? A paixão avassaladora pode mesmo levar muitos homens e mulheres a investir em relacionamentos que têm tudo para fracassar.
 
A psicóloga Rose Meiry esclarece que algumas pessoas estão mais predispostas a isso. “A carência, a falta de afeto e a sensação de vazio interior podem fazer uma pessoa se deixar levar pela emoção, basta que alguém lhe dê uma palavra de carinho”, argumenta.
 
Para evitar ilusões, a especialista sugere usar o autoconhecimento e a razão. “É preciso se questionar se o relacionamento está sendo bom e o que ele acrescenta à sua vida. Você também deve se perguntar qual papel o par ocupa em seu imaginário. Em alguns casos, a pessoa pode estar buscando suprir a falta do pai, da mãe, a perda da juventude. Quando estamos com uma pessoa, temos que lembrar que ela não é perfeita e não veio para preencher um vazio, mas para caminhar ao nosso lado”, ensina.
 
Hormônios em ebulição
 
O neurocientista e coach Aristides Brito diz que a paixão modifica a produção de certos hormônios no cérebro. “Quando estamos apaixonados, por exemplo, produzimos mais dopamina, um neurotransmissor que age no sistema límbico. Isso gera uma reação emocional forte e muitas vezes a pessoa não consegue raciocinar e fica mais instintiva. A reação é semelhante à da dependência química”, detalha.
 
Ele acrescenta que, em um segundo momento do envolvimento amoroso, outra substância entra em ação. “Outro neurotransmissor é a ocitocina, que fortalece o relacionamento”, esclarece Brito, que atua em Santos (SP) e é diretor da Marca Pessoal Treinamentos.
 
Apesar de não controlarmos esses efeitos químicos no cérebro, Brito diz que é possível evitar que a paixão provoque danos. “A produção de neurotransmissores está diretamente relacionada à questão da alimentação e da oxigenação do cérebro. A pessoa que leva uma vida mais equilibrada, com alimentação saudável, sem estresse e pratica exercícios físicos, tende a ter mais equilíbrio na paixão”, afirma.
 
Casamento abençoado
 
Os impulsos da paixão já foram protagonistas na vida sentimental de Taciana de Souza Pimentel, de 29 anos. (foto ao lado) Ela conta que passou dois anos em um relacionamento em que apenas ela se dedicava. “Eu me sentia desprezada, mas insistia. Corria atrás, ligava, escrevia cartas, passava noites sem dormir direito, mas ele inventava desculpas para não me ver”, relembra.
 
Após o fim do namoro, Taciana ficou quatro anos solteira. Mas os comentários de outras pessoas sobre a falta de um amor a levaram a se envolver com um homem por impulso. “Tapei o sol com a peneira. Agi pela emoção para suprir uma carência e acabei magoando outra pessoa. Depois disso, decidi buscar em Deus”, conta.
 
O esposo dela, Abimael Luis Pimentel, de 32 anos, também já havia se envolvido em relacionamentos problemáticos por causa da paixão. “Tive um relacionamento que tinha muito descontrole emocional, gritaria, briga, era um inferno. Perdi tudo, até chegar ao ponto que dei um basta.” Antes, ele teve um casamento de um ano e meio que gerou um filho. Depois de ouvir um programa de rádio da Universal, Abimael conta que decidiu participar das palestras da “Terapia do Amor”.
 
“Aprendi o que é o amor, o que é viver com uma pessoa, mudei minhas atitudes. Vi que a Taciana era uma pessoa correta, consciente, que seguia os ensinamentos de Deus”, diz. Ela também observou diferenças no relacionamento com o atual marido. “Eu estava sendo correspondida, ele buscava o mesmo que eu, isso me passou segurança”, explica.
 
Taciana e Abimael se casaram em junho de 2015, em um dos templos da Universal em São Paulo. “O pastor da ‘Terapia do Amor’ abençoou nosso casamento. Deus transformou minha vida com a Taciana e, após o casamento, tudo está melhorando”, comemora.
 
Paixão entre mãe e filho

Há 30 anos, a inglesa Kim West, de 51 anos, deu seu filho Ben Ford para adoção quando ele tinha uma semana de vida. Agora, os dois planejam se casar e ter filhos juntos. O caso de incesto foi divulgado em abril pelo jornal britânico New Day. Eles se reencontraram em 2014, após Ben descobrir o endereço de sua mãe biológica e enviar uma carta.
 
Kim revelou ao jornal que percebeu que estava sentindo atração sexual pelo filho quando passou a ter sonhos eróticos com ele. Os dois marcaram um encontro em um hotel, onde beberam e deram o primeiro beijo. Ben, que estava casado à época, confessou tudo à esposa e a deixou.
 
Para a mãe, os dois não vivem um incesto, mas uma atração sexual genética, o que supostamente explicaria a paixão entre parentes que se conhecem na idade adulta. “Quando você é atingido por um amor tão intenso, você fica disposto a desistir de tudo por isso, você tem que lutar por ele”, disse Kim. Ela acredita que eles estão “destinados a estar juntos”. Será?
 
Colaborou Maiara Máximo.

Fonte: universal.org

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